20070225

Adejos, arquejos e arpejos

http://www.big-pond-rumours.com/index_files/image4471.jpg

Entreabri os olhos para ver que o dia está de chuva e de frio e sentir que estava empapada com as canseiras da semana. Espreguicei-me. A preceito. Com aquele trejeito de asa dobrada que se dá aos braços, endireitando as costas e desenhando um arco largo, quase inverosímil, no ar, com os pulsos a quererem chegar às pontas dos dedos. O movimento deve ter tido algum efeito, porque no instante seguinte estava a programar freneticamente o dia, até aperceber-me que estava na página de amanhã da minha agendazinha mental e que hoje me posso dar ao luxo de alguma calma, apesar de ter garantidas algumas horas de trabalho à frente deste monitor. Mais tarde, provavelmente passarei também algumas diante do outro monitor a ver ou a fazer de conta que vejo a festa dos óscares. Entre uma coisa e outra, uma chávena de café e um conforto no loch. E enquanto me deixo ir no embalo do rumorejar das águas e da folhagem, lembro as muitas horas de viagem de ontem, em que o rumorejar do combóio, se fundia, como este, devagar com outros rumorejares. É como se houvesse um arquejo paralelo à respiração do próprio ar, uma música subliminar, suturante, pacificadora, que como um fio se afasta do novelo emarasmado das perguntas e dos nós sufocadores da procura de respostas. Claro que é ambíguo e difuso, mas é sempre ambíguo e difuso o fantasma que nos acompanha, é sempre o outro lado de qualquer coisa que só conhecemos enquanto nada a matou, negou, recusou ou cortou em nós e que, apesar da morte, da negação, da recusa ou do corte, persiste, difusa, ambígua, rumorejando, numa estação etérea que não deixa de também ser nossa. O café arrefece na chávena, o ficheiro minimizado aqui ao lado manda-me um grito impaciente que me obrigo a ouvir, por muito que me apeteça continuar no loch a beber café frio e a ouvir rumorejares. Bom! Vamos lá a tirar a barbatana da água, buscar café fresco e...
Até loch :)

20070223

Sama

http//www.people.cornell.edu

(...) Como poderá o peixe em terra seca
não saltar logo para o mar
quando do oceano tão fresco
lhe chega o som das ondas?
Como poderá o falcão não voar,
depois da caça, de volta ao braço do rei
quando ouve o tambor do falcoeiro
chamá-lo: ‘Vem, volta!’?
Por que não começará qualquer Sufi
a dançar, como se fosse um átomo,
em torno do Sol da duração
que salva da impermanência? (...)
(...) E quando alguém mencionar
a graciosidade do céu à noite,
sobe para o telhado,
dança e diz:
Assim? (...)


Jalal ud-din Rumi

Assim? :) Até loch...

20070220

circuladô de fulô

circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô de fulô e ainda quem falta me dá soando como um shamisen e feito apenas com um arame tenso um cabo e uma lata velha num fim de festafeira no pino do sol a pino mas para outros não existia aquela música não podia porque não podia popular aquela música se não canta não é popular se não afina não tintina não tarantina e no entanto puxada na tripa da miséria na tripa tensa da mais megera miséria física e doendo doendo como um prego na palma da mão um ferrugem prego cego na palma espalma da mão coração exposto como um nervo tenso retenso um renegro prego cego durandona palma polpa da mão ao sol

circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô de fulô e ainda quem falta me dá o povo é o inventalínguas na malícia da maestria no matreiro da maravilha no visgo do improviso tenteando a travessia azeitava o eixo do sol circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô de fulô e ainda quem falta me dá e não peça que eu te guie não peça despeça que eu te guie desguie que eu te peça promessa que eu te fie me deixe me esqueça me largue me desamargue que no fim eu acerto que no fim eu reverto que no fim eu conserto e para o fim me reservo e se verá que estou certo e se verá que tem jeito e se verá que está feito que pelo torto fiz direito que quem faz cesto faz cento se não guio não lamento pois o mestre que
me ensinou já não dá ensinamento

circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô de fulô e ainda quem falta me dá

Haroldo de Campos
E não é que fui descobrir que a Izabel Padovani com a sua voz invulgar canta os Retalhos de Cetim (Cauby Peixoto/Benito de Paula), para além deste poema do Haroldo de Campos musicado pelo Caetano Veloso? Pois que não seja uma terça-feira de carnaval completamente em vão: pelo menos, que os ouvidos fruam. Até loch.


20070219

Cinza, cinzas e cinzentos

'Grey Skies, The Flying Cloud', Montague Dawson
Não creio que alguma vez consiga conciliar-me genuinamente com a constante e acre constatação de que a vida é sempre um imenso e tortuoso emaranhado de cinzentos. Ao fim de todos estes anos, ainda não o consegui e, sem precisar de dotes de vidente, por longa ou breve que seja a minha continuação desta viagem, não creio que me seja alguma vez possível albergá-los em mim com um mínimo de aceitação. Talvez porque têm o triste condão de deixar-me numa perplexidade que toca as raias da aberração, que me imobiliza num nevoeiro que me cega, não por não ver, não por não querer ver, mas porque não me é possibilitado ver. Em anos menos maduros, ainda tentava toscas apalpadelas em busca de qualquer coisa que me proporcionasse uma referência. Mas hoje vejo-me mais tentada a esperar que a cinza se dissipe com a mesma não-interferência da minha parte com que se precipitou para cegar-me o mundo. Até porque estou cansada. Incomparavelmente mais cansada do que estava há um ano e quinze dias, incomparavelmente mais cansada do que estava há três dias. Foi um nevoeiro súbito que se abateu, que eu não soube ver anunciar-se e que desabou sobre mim, como um limbo súbito, com o seu fedor próprio, como de morte, mas sem a virtude negra ou branca que esta tem. Cinzento. Como um pesado reposteiro que alguém corre, provavelmente acreditando que só assim poderá zarpar para o seu próprio destino. Não sei. Nem posso saber porque múltiplos foram os véus que se construiram antes do derradeiro, do definitivo reposteiro. Há-de dissipar-se, apesar da marca que indelevelmente me fica tatuada - como dizia aquele personagem do «Mystic River», quando nos acontece, é para sempre - mas há-de dissipar-se para eu poder voltar a ver e perceber e saber e sentir e ser quem ainda recordo que sou. Há-de dissipar-se. Porque sim. Até loch.

P.S. - Entretanto, aqui mesmo ao lado do loch, a bizantina prenuncia a Primavera e declara que aquela cidade invisível termina ali... desejo-lhe que a razão seja por estar a construir uma outra cidade de picos mais altos e luz mais radiosa!

20070215

... e rosas

www.minerali.it/immaginiprodotti/
...ou, como diria Jalal ud-din Rumi:

A noite partiu; no entanto, meu amigo,
a nossa história ainda não chegou ao fim.

20070214

Entre rosas e rosas

Gertrude Stein, por Pablo Picasso
Andei a vagabundear por aí. Um bocado à toa, é certo, como em qualquer devaneio que se preze. Mas a verdade é que os passos aprendem de cor alguns caminhos e sentei-me à beira de três alpendres - este, este e este. E que alpendres! E que gostos são estas paisagens que nos metem dentro dos seus próprios recantos, consentindo-nos partilhar casa e quintal!

Depois fiquei com aquela useira urticária na ponta dos dedos, naquela danação de urgência que nos faz pianar as teclas num allegro molto energico, e ocorreu-me que a data de hoje nos remete para uma tradição que só as modernidades consumistas tornaram nossa, que antes nos contentavamos com um S. Gonçalo de Amarante, com um Sto. António de Lisboa ou de Pádua, para o caso tanto faz, mas pronto, está bem, que uma rosa é uma rosa e um postal é um postal e um bocadinho de romance, mesmo em embalagem de plástico e ritual impingido, nunca fez mal a ninguém, digo eu, e um jantar à luz de velas até cai bem enquanto as coisas não se estragam e aí é preciso tirar os castiçais da vista, não vão eles virar-se contra alguém, enfim, que a vida tem destas coisas, mas adiante, que quantas vezes nesta centrifugadora dos quotidianos até precisamos de um néon qualquer a estalar-nos o olhar dos dias para reservarmos momentos para viver o nosso amor e mimá-lo com rosas, com postais e com jantares à luz de velas.

Só que entre urticárias e santos e plásticos e rosas, acabou por espreitar um pensamento bom, com perfume, pois claro, e lá segui eu por devaneios entre O Nome da Rosa e a Rosa de Hiroxima e a 'percepção' sub-Rosae que traz ao de cima a luz, como água num poço, até das mais aparentemente óbvias soturnidades dos dias. Aliás, como dizia a Gertrude Stein A rose is a rose is a rose... Até loch:)

20070213

Afinal, pessoas...

Justiça, Luca Giordano
Satisfaz-me verificar, como pessoa e como cidadã, que finalmente começamos a abdicar de nos vermos como olímpicas torres de marfim, quando temos tantas minhocas e ratazanas a escavar-nos os sótãos. Parece-me higiénico e saudável, nos verdadeiros sentidos das palavras. Claro que estou a referir-me ao Prós e Contras de ontem. Apesar de muitas vozes de pessoas directamente afectas a essa área profissional e de soberania reverberarem em ironia, quanto a alguns momentos do debate de ontem, e outras muitas se fixarem quase que exclusivamente na questão das eventuais custas de uma petição, creio que ontem se deu um grande passo sem ser nos corredores furtivos e secretivos que cruzam as tão faladas 'sedes próprias' , neste caso, da Justiça. Quantas vezes não ressinto que ao despacharem-se sem mais delongas certas discussões para essas tais 'sedes', não se faz mais do que levá-las para meandros próximos de um certo catacumbismo silenciador, deixando os 'leigos' ou 'profanos' desses mundos votados à condição servil de incompetentes e inaptos para entender o que tão venerandas figuras poderão discutir, apesar do facto de qualquer de nós poder estar sujeito às jactâncias egotistas, às mirambolâncias interpretativas ou às possíveis sabedorias das suas contendas privadas. Por isso, ontem gostei. E gostei principalmente porque o facto de começar-se a questionar publicamente, a discutir publicamente, mesmo correndo o risco dos inevitáveis tecnicismos, parece ser um bom indicador de que afinal somos todos pessoas. Até loch.

20070212

Foi você que pediu... um Alka-Seltzer???

Eles são abalos, frémitos e mais tremores,
Vêm em chusmas as mui sábias reflexões,
Os comentários, as doutas explicações
- Que esta terra é toda feita de doutores!...
E quando já se me instala a agonia
E vou em busca da pastilha efervescente,
Eis que a própria terra num acesso de azia
Se adianta e freme ao largo de São Vicente
O meu apetecido e salutar arroto!
Foi um valha-me Deus por todos os canais
Da Rádio e da têvê, porque o terremoto
Passou a ser notícia melhor que todas mais
E displicentemente o sábio, génio e douto
Passou a ser serôdia matéria dos jornais.

Ah... mas não, não acabou ainda o sururu
Que há p’raí pessoas que em circunspecto brado
Acham que o sismo foi obra de Belzebu
Ou manifestação de Deus-Pai irado
Porque ontem foram mais os a dizer que sim
o que na certa p’ra eles deve ser pecado...
mas eu, pobre crente, eu tenho cá p’ra mim
que é mais sina, negro destino e fado...
Aliás, melhor farei em guardar o remédio
Não vá alguém tomá-lo em distracção
E arrotar o neurónio, que por razão de tédio
Abdica de vez da potencial função,
E ao libertar-nos, quiçá, do santo assédio
nos condenaria – cruzes credo - à perdição!

:D Até loch!

20070211

Avec le temps...

Avec le temps - é um esvair de alma. Léo Ferré é o protagonista. Pseudo. Protagonistas somos nós qui oublions les voix, les mots des pauvres gens. Avec le temps... esvaímo-nos. Por uma gota, um furo de nada feito de acasos e poentes, ocasos estranhos nos poços da vida. Avec le temps... com o tempo, o tempo, o tempo... essa corrente estranha, tipo rosário, que já nem sabemos rezar mas que continuamos a saber correr por entre os dedos. Ficam-nos os calos na pele, que nos doem, por um lado, e que, por outro, nos retiram uma certa maneira de sentir. Apetece-me rasgar qualquer coisa. Uma qualquer capa, véu, casca. Rasgar. Deixar-me transpirar até que o próprio odor do meu suor e da minha dor me ataque as narinas, dilatando-as, tanto, tanto, que toda a minha pele seja olfacto e eu me torne nesse aroma ácido, inebriante, impossível, irracional.

Porque só sendo esse cheiro invado o ar todo que me consome e passo a ser eu a consumi-lo, a tragá-lo num ápice do meu tempo e a fazê-lo meu.

As vozes perturbam-me e eu corro as cortinas e as persianas da alma, porque não quero ouvi-las. Só quero este naufragar autêntico com sete notas dilacerantes e autênticas, cansada que estou da plastificação das atmosferas da consciência. Não... não, ainda não foi desta que me ganzei nem alucinei para além das vísceras. Mas apetece-me rasgar . Com ruído, com aço, com raivas indizíveis como a paixão da entrega. Trepido nas minhas veias a violência extrema das minhas febres de lucidez. Sofro-me inexoravelmente e choro-me os abandonos de mim a que tantas vezes me voto. Num frémito invulgar, sou como uma onda, um fragor de aroma que nem sequer é manso. É suor. Quente, ácido, violento, transtornante. Sou o cheiro da minha semente e do meu fruto. As ilusões do andrógino já eram. Hermafrofita ou nada. Hespéride ou pevide. Útero ou odre. Avec le temps... esvai-se a alma na concentração de toda a sua substância. Reduzida à sua ínfima espécie - a mais básica, primordial e avassaladora. Paradoxos de proto-vida.

Afunilo-me. Não é muito possível mas afunilo-me. Escoo-me por um conta-gotas qualquer em busca da precipitação desejada. Uma gota de suor. Poderia ser sémen ou mênstruo, mas não. Não tem esse hino da Obra por fazer. Só tem a magia da Obra feita.

Como me torno arrogante e me humilho perante mim própria! Que dividida estou na aparência deste gosto-desgosto que na verdade mais pura que posso conceber está tão para além das simetrias, paradoxos, dicotomias à flor da pele. Avec le temps... Mas o que é este malabarismo da consciência a não ser a manipulação extravagante do aprendiz de feiticeiro?

Na proveta, uma gota mal-cheirosa de suor e no ar o mau-cheiro a sopa que tudo invade fluidamente, mas.... que garante a Obra. Ao negro, sim. O corvo canta. E canta em todo o esplendor do seu negro-azeviche e em toda a sua solidão. Garante o rubro, o branco, o escarlate, o ouro. A mirra e o incenso em dois potes descobertos esfumam-se miscigenando-se sem lógica aparente. Avec le temps.... tudo se torna fumo. Acre ou doce. Místico ou profano. E o ar todo inunda, com o tempo... com o tempo...

20070210

As minhas lamparinas

Sábado... (saravá, Vinicius!) Remato esta semaninha cheia - em que os percalços da gripe a adornaram com o aspecto dúbio de uma corrida de obstáculos - e revejo, como quem ainda desfruta o sabor deixado pelo cálice de Porto, a excepcionalidade tão feita de grandes pequenas coisas destes sete dias: desde o jorro de trabalhos feitos quase em contra-relógio que (para variar) até foram pagos contra-entrega, às imensas horas passadas nas rotinas médicas de uma Mãe que trazem a notícia inesperada de um grande sucesso, aos momentos de prazenteiro disfrute familiar e farta partilha com os amigos, ao deleite de um serão bem entremeado com a Negra Sombra da Rosalía de Castro, pela voz e interpretação da Luz Casal, e o sempre bom 'Je suis malade' do Serge Lama, virado maravilha na interpretação da Laura Fabian, passando pela ironia inteligente e divertida dos 'Negros Hábitos' do Almodóvar e pelas alegrias de não termos deixado de saber rir e ternurar cá em casa... Foi uma semana e tanto! Claro que também houve a habitual parada de dores e desagrados, de decepções feitas do desvirtuosismo corrente, da depravação com que se aferram desumanidades em debates (num pungente panegírico da incontinência) e da desmemória que se desmascara na brevidade das memórias - claro que sim! Mas se me detivesse a saborear isso, correria o risco de perder o gosto de todas as grandes pequenas coisas que me alumiam dias e noites e me consentem essa paz indispensável para ficar atenta ao silêncio. Um bom fim de semana! Até loch...

20070204

«Foi desde sempre o mar...»

O belo texto do Cristóvão de Aguiar levou-me de passeio por uma bela ala de imagens guardadas com algum cuidado, aquele tipo de cuidado que até lhes preserva os sons e os cheiros. O dia meio cinza entra no tom da areia fria e dos ventos desajustados que nos ressoam nos ouvidos, como flautas de cana em busca de um acorde, e que nos fazem respirar como quem engole uma poção, num sorvedouro entrecortado de sal e ar. A humidade a velar-nos a pele, os olhos a marejarem-se na estridência da luz e a voz azul e imensa de sete tons a contar e a recontar e a renovar contos e cantos no seu contínuo milagre de fragores e calmarias... E com outros ventos, passam por mim outros cantos. Mas hoje o que se detem por aqui é o Mar Absoluto da Cecília Meireles. Até loch.

20070202

Ao verde...

Fot0: Magia, Ian Baggio - Fundição de bronze
Pois, tudo isto começou porque fiquei derretida, à minha velha maneira, com os comentários que o Kane e o carlos a.a. me deixaram. Pé ante pé, lá fui em busca da imagem e acabei por dar com esta entre uma série de fotos lindíssimas do mesmo autor.

Ainda ontem, numa conversa entre o sério e o divertido, o meu 'viajante de estimação' (o que, sendo eu esta peregrina arrevezada, só faz sentido, como é bom de ver) , tentando fazer-me ignorar a febre, me acenava com histórias de alquimia, como se de um bombom se tratasse, mas nem mesmo isso conseguiu mais do que um trejeito, um simulacro de sorriso, entalado entre os tambores que surdamente continuaram, durante horas, a espalmar-me a boa disposição, o raciocínio e, pior que tudo, a gratinarem, sem dó nem piedade, a mínima emergência de bem estar. Depois de uma noite em que se foram desfiando, uns atrás dos outros, os lenços de papel, os filmes de sei lá quantos canais e o sobe-e-desce da transpiração e dos arrepios, apercebi-me que estava a usar os chás certos e os mísseis errados - falha minha, claro, que não consultei um dos especialistas-comentadores das nossas televisões para quem nada disso possui segredo algum. Hoje, o sol benfazejo, os chás certos e os comprimidos adequados parecem ser bom prenúncio - mesmo que a Obra não chegue ao rubro, pelo menos, pelo menos, que se afirme ao verde, com o seu espaço próprio de reencontros e reconhecimentos, de coisas simples de amar, de coisas naturais de amar, de uma mesa cheia de rostos amigos, de um perfume (claro, de um perfume!) e de um brinde de boas vindas ao meu 'viajante de estimação' neste seu regresso. Até loch! :)

20070201

A chás e comprimidos...

A chávena de chá, Columbano Bordalo Pinheiro
Tenta-se combater o animal a bem... um chá quente, um chá de limão com mel, enfim, com mimos, mas ele não se deixa persuadir e aí vamos buscar alguns mísseis. Devo estar com uma pontaria muito fraca, que nada parece demovê-lo... At-chim- loch!