20061031

Sahmain – o encontro dos mundos ou ‘um eliminar da ignorância’

Uma tradição que ecoa por todos os clans, por todas as tribos, vestindo-se de quantas cores as culturas e as civilizações encontraram para a celebração do encontro dos mundos num momento particular. Há épocas em que o medo da dor é tanto, mesmo que a dor seja parto, que se ostentam desvios, com o ar mais inocente e digno que se pode, e fala-se de homenagear e recordar os mortos, fala-se de brincar às bruxas e prefere-se passar discretamente pelo trilho de um pesponto entre vida e morte. Onde estão os nossos medos, os nossos tectos, as nossas tranças de picos, os nossos espelhos negros, os nossos reposteiros a fazer de véus, os nossos sinais tornados barreiras nas nossas cavas catacumbas, os nossos empoeirados sótãos, os nossos mitos, enraizados dentes sem a virtude das farpas para que queiramos tirá-los? E o mais curioso disto tudo é que, muito possivelmente, a acreditar no que alguns nos legaram, até podemos responder-nos a estas perguntas...

É como se alguém não conhecesse uma coisa e depois a conhecesse. A sua existência não cessa, mas a sua ignorância cessa e a sua existência continua como era, sem que a sua existência seja trocada por outra existência, ou a existência da pessoa-que-não-conhece seja combinada com a existência da que conhece ou que sejam misturadas entre si, mas (meramente) um eliminar da ignorância. Por esse motivo, não penses que se requer que cesses de ser. ( Ibn al-Arabi )