De verde, como as árvores!
Consta que os verdes pacificam, iluminam, principalmente quando brotam, frescos, quase citrínicos, como ouros a cintilar pelos orvalhos da manhã ou pelas chuvas, e rasgam como uma gargalhada de criança os cinzento dos nossos dias. Outros, mais circunspectos e intensos, acendem-se num que outro fulgor de prata, altivos na sua discreção, reais na pose, ainda que maternos como um manto. Uns acastanham-se, outros avermelham-se, outros esbranquiçam. Mas sempre pacificam. Distraidamente, hoje vesti-me de cinzento quando deveria ter-me vestido de verde... Vou compensar e vestir por dentro um salgueiro-chorão, uma amendoeira, uma avelaneira, uma acácia e um carvalho. E depois, que ninguém se admire se eu me esquecer do vento suão (o tal que 'faz febre, amarela os ossos, dói nos peitos sufocados'...) e andar a saltar pelo loch a cantar cada 'raminho novo'! Pois é, vou alhear-me de tanto 'vento que anda e desanda e sarabanda e ciranda' e, muito simplesmente, sossegar-me. Até loch...
2 Comments:
Oh que «mundo» bonito o do pensamento a fluir assim com essa infinita e transbordante alegria interior. É manifestamente o SER a Ser-se!
Mas cá fora esse sentir acinzenta-se, não há mais espaço para o seu respirar.
Um grande abraço
Por isso, porque o espaço se acanha, quase sufoca, há que fazer com que o verde transborde tão disparatadamente que contagie!
Beijinhos para ti Alice!
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