20061211

Bah...

Já sei, já sei, já sei! Que a vida é um sobe e desce e, em dias de sorte, é esse o movimento que faz avançar sobre quaisquer carris. Já sei! Mas hoje apetece-me dizer: Já chega! Já basta! Doem-me os braços de tanto afastar as brumas e de tentar à viva força que o sol entre. Doem-me as mãos. Doem-me as mãos. Parece que entrei num estranho delírio e sou mais uma figura à espera de autor. Cansada de contratempos, cansada de entretempos, cansada de tempos sem Tempo nestes vestidos de exílio. Claro que vou acabar por me enrolar na rabugice e não querer levar-me a sério e fazer de conta que posso deitar fora as cascas todas, deitando mão às sete mil setecentas e setenta e sete boas razões que justificam tanta coisa. Mas até quando? Ah loch, loch... nem tu hoje me és água!

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

«decerto mesmo em Hipácia também chegará o dia em que o meu único desejo será partir. sei que não deverei descer ao porto mas sim subir ao pináculo mais alto da fortaleza e esperar que passe um navio lá por cima.»

i.calvino, "as cidades invisíveis"

:)

12/11/2006 07:11:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

acabo de partilhar na minha cidade qualquer coisa de muito frágil e, sem surpresas...inquebrável.

boa e bem povoada noite para os habitantes do loch :)

12/12/2006 01:38:00 da manhã  
Blogger T-Regina said...

Bizantina, estive de passeio na sua 'cidade invisível', onde (como no loch...) faz sentido esperar que os navios passem lá por cima :))) Gostei das coisas muito frágeis e insurpreendentemente inquebráveis, dos absurdos, que porventura não o serão assim tanto quando nos apercebemos de outros, e que permitem um novo olhar ou a criação de um novo padrão fora do contexto do padrão habitual. Gostei!
Obrigado pelos seus comentários.
Um abraço t-regínico :)

12/12/2006 07:05:00 da tarde  

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