20061222

A canjas e mantas de lã :)

Hiver, Mucha
Entre o arrepio do frio e a gargalhada benfazeja do sol que não aquece mas alegra, os formigueiros multiplicam-se em movimento, no habitual corropio de compras, onde só de quando em vez se sente o lampejo da intenção de dar um gosto a realçar esse outro de alívio de um dever cumprido, de uma tarefa feita, de um suspiro de 'já que tinha de ser, está feito!'. É a história do início de todos os Invernos deste pacotinho de tempo em que viajamos. A contabilidade aperta-se nas famílias, apesar do continuado culto das inutilidades. O prazer da reunião mistura-se com a obrigação da reunião e o peso dos solitários começa a manifestar uma densidade maior à medida que as horas correm, só porque se atribuiu um determinado sentido a uma determinada data, e até os mais 'fortes' têm dificuldade em fugir ao estigma. Para outros, o entusiasmo do reencontro é a festa antecipada. São dias em que as distâncias se alongam e em que é preciso acalentar no coração, a canjas de convalescença, colherinha a colherinha, os laçarotes gostosos de todos os afectos e, como se lê aqui, celebrar, também, o estarmos 'juntos' neste lugar de ausência. Começa o Inverno, sim - há que arroupar a alma! :). Até loch.